O brasileiro, que já precisou trabalhar 149 dias em 2025 — até 29 de maio — somente para pagar tributos, terá ainda mais sacrifício tributário. De acordo com uma nova projeção do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), já editado pelo governo federal e que vem sendo discutido no Congresso Nacional deve fazer com que o contribuinte trabalhe dois dias a mais em 2025 e quatro dias a mais em 2026 para custear o peso da carga tributária.

“O aumento do IOF é mais um retrocesso que recai sobre toda a sociedade. Enquanto o brasileiro já destina quase cinco meses do ano para sustentar o Estado, agora terá que sacrificar ainda mais dias de trabalho sem qualquer contrapartida em qualidade dos serviços públicos. Trata-se de uma medida que agrava a regressividade do sistema tributário e penaliza especialmente quem mais precisa de crédito.”, comenta João Eloi Olenike, presidente-executivo do IBPT e um dos autores do estudo.

O alerta amplia os dados do recente estudo do IBPT sobre a quantidade de dias trabalhados para pagar impostos. A análise anual revela que 40,82% da renda do brasileiro é destinada ao pagamento de tributos, o que equivale a quase cinco meses de trabalho, considerando impostos sobre consumo, renda e patrimônio.

O IOF, embora pouco visível para grande parte da população, tem efeito cascata e está presente em praticamente todas as etapas da economia: incide sobre empréstimos, financiamentos, seguros, operações de câmbio, crédito rotativo de cartões e até remessas internacionais.

“O IOF é um imposto silencioso, mas extremamente perverso. Está embutido no custo de produtos e serviços e é pago tanto pelas empresas, que repassam o custo ao consumidor, quanto diretamente pelos cidadãos em algumas de suas operações financeiras. Com o aumento, a população será ainda mais penalizada, tendo que trabalhar mais dias para arcar com o novo ônus”, afirma Gilberto Luiz do Amaral, presidente do Conselho Superior do IBPT.

O impacto é ampliado por sua natureza cumulativa. A indústria paga IOF sobre crédito, câmbio e seguro e embute esse custo no preço dos produtos. O comércio, por sua vez, arca novamente com esses encargos e os repassa ao consumidor. Além disso, o próprio cidadão ainda paga o IOF diretamente em suas compras no exterior, financiamentos e operações com cartões de crédito.

“Esse tipo de tributação compromete a renda de todos, inclusive daqueles que não tomam crédito diretamente. Quando olhamos o conjunto da carga tributária, o brasileiro já trabalha quase cinco meses por ano só para pagar tributos. O aumento do IOF só agrava esse cenário”, reforça Amaral.

O levantamento do IBPT considera a incidência de tributos sobre consumo (83 dias), renda (55 dias) e patrimônio (11 dias), totalizando 149 dias de trabalho exigidos em 2025. O percentual de 40,82% da renda comprometida com impostos se mantém entre os mais altos do mundo, superando o de países com serviços públicos de qualidade muito superior ao do Brasil.

Desde a década de 1970, o número de dias trabalhados para pagar tributos quase dobrou, saltando de 76 dias para os atuais 149. A tendência histórica de crescimento da carga tributária é preocupante, e medidas como o aumento do IOF apenas confirmam esse caminho de sobretaxar o contribuinte.

 

Sobre o IBPT

O Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) foi fundado em 12 de dezembro de 1992, com o objetivo inicial de congregar estudiosos das ciências jurídica, contábil, social e econômica para debater sobre temas relacionados ao cotidiano tributário. Desde sua fundação, o IBPT se dedica ao estudo do complexo sistema tributário no país, sendo reconhecido pela adoção de uma linguagem clara e precisa à sociedade sobre a realidade tributária brasileira. O IBPT também lançou bases e fundamentos para viabilizar a lógica da transparência fiscal, promovendo conscientização tributária.

Pioneiro na criação de estratégias de mercado para empresas e entidades setoriais a partir da análise de dados fiscais, públicos e abertos, o IBPT mantém investimentos contínuos em tecnologia e na capacitação de sua equipe para viabilizar pesquisas, estudos e serviços, possuindo o maior banco de dados privado com informações tributárias e empresariais.

Fonte: Jornal Contábil


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